sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

delirios

De pés descalços, vagueio pelo chão gelado da casa.. está escuro, oiço lá fora pequenos ruídos e o barulho do vento. Abro com cuidado a porta do meu quarto e, pé ante pé caminho até ás escadas olhando fixamente cada uma delas, a minha mão agarra de leve o corrimão de madeira à minha direita, tento pousar suavemente os meus pés em cada degrau, mas o ranger dos mesmos é inevitável. Desci o penúltimo, o ultimo e agora voltei a pousar o meu pé no chão, senti um arrepio, não era um frio desconfortável, até que conjugava bem com o resto do corpo transpirado.. andei até à cozinha e parei no meio, onde a minha mão não chega até ao interruptor, cerrei os punhos e encostei.me à bancada, estiquei o braço e tentei chegar ao armário dos copos.. tenho uma cede incontrolável, a minha garganta está seca como nunca antes esteve. Sinto uma presença, alguém que provavelmente se encontra aqui a meu lado.. tenho medo de olhar, mas em simultâneo é o que desejo fazer. Não , não posso ceder a tal, não passa de uma mera suspeita, devo estar a delirar, talvez seja melhor sentar.me um pouco.. pousei o copo na bancada e segui até à sala, o meu coração bate aceleradamente, parece ter vontade de saltar para fora do meu peito.. toquei no sofá, contornei-o e sentei-me bem devagar. Baixei a cabeça e encostei-a nos braços, por cima dos joelhos. Aquela sensação não vai embora, não aguento mais, algo não bate certo..

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